terça-feira, 4 de agosto de 2009

Fraude na morte de Santos Dumont

Tanto cuidado se justificava, então, pela importância de Alberto Santos Dumont. Até aquele momento, brasileiro nenhum havia tido tamanha expressão internacional. Não bastasse ser genial, era ainda rico e alinhado conforme a moda do tempo – ou melhor, à frente dela, dado que seu lado inventivo se manifestou também no estilo de roupa e acessórios que usava.

Hoje se diz, com base em relatos, que o glamour que o aviador esbanjava escondeu por décadas episódios de depressão profunda ou de uma doença psíquica mais grave – e incontrolável para a medicina da primeira metade do século XX, como seria o caso de transtorno bipolar. Não há ainda hoje um diagnóstico fechado, apenas a evidência de que essa pode ser sido uma causa importante, entre outras, para que cometesse suicídio.

Que havia uma doença psíquica a atormentá-lo, disso não há dúvidas. Cartas, internações repetidas na Europa, recibos de compra de remédios e de consultas a psiquiatras indicam esse estado, presente em quase toda a sua maturidade – entre 1910 e 1932. Os documentos pertencem hoje ao acervo da Aeronáutica.

No dia da morte, Santos Dumont havia aproveitado a natureza: conta-se que deu um passeio pela linda praia de Pitangueiras, andou de charrete e retornou ao hotel para almoçar. Passou pelo quarto e de lá não desceu. Funcionários do hotel o encontraram já morto.

CRONOLOGIA
1873
Nasce em Palmira (MG), filho de próspera família cafeicultora

1898
Constrói o “nº 1”, o primeiro de 13 balões dirigíveis com sua assinatura

1906
Constrói um biplano, o 14-Bis, com o qual consegue se manter no ar

1907
Constrói o monoplano Demoiselle

1910
Anuncia o fim da carreira de aviador

1926
Interna-se num sanatório na Suíça

1929
Nova internação, agora na França

1932
Muda-se em maio para o Guarujá; em julho, comete suicídio

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