"No final do arrastão, quando milhares de tainhas pulavam nas areias da praia, um rapaz surrupiava algumas e
já se esgueirava entre a multidão que ali estava, assistindo à bela cena do triunfo dos manezinhos pescadores,
quando foi interpelado por um deles, que, largando o balaio na areia, correu e disse-lhe:
- Ó, lhó, lhó, rapagi, tás tolo, istepô, intiquento, miserento, digraçado! Tás querendo uma camaçada de pau, sô amarelo?
Num tô ti parando pelo valori das tainha, cadiquê tem peixe a migueli, magi pramode di ti dizê pra ti, caqui na Ilha num
tem genti da tua parecença. Si tás brocado e maleixo, tudo bem, é só pedi qui nós dãmu; magi si é a farsafé, e di
malinagi pra engabelar e morcegar nós, qui tamo aqui di sóli a sóli no maió saragaço, ti acarqueto os zóio, ti enfenco a
mão nas venta e ainda chamo os meganha pra ti alevá!
O rapaz, ainda meio atordoado, pergunta baixinho:
- Meu caro pescador, afinal, eu levo ou não levo os peixinhos?"
Há uma semana
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