A expansão marítima portuguesa

A expansão marítima portuguesa teve seu marco inaugural com a conquista de Ceuta, cidade do Norte da África, muito importante do ponto de vista comercial, pois lá se negociavam os mais diversos tipos de mercadorias: seda, marfim, ouro e escravos. Além do interesse comercial, esta primeira etapa da expansão marítima significa também o desdobramento da reconquista cristã, pois ajudou a libertar a navegação comercial europeia dos piratas marroquinos, donos de bases no Norte da África.
O infante D. Henrique, filho de D. João I, participou da conquista de Ceuta. Segundo a historiografia tradicional, regressando a Portugal, em 1416, fundou no extremo Sul do país, próximo ao Cabo de São Vicente, um centro de estudos e pesquisas de navegação que ficou conhecido como Escola de Sagres. Ali, reuniu uma competente equipe de astrônomos, geógrafos, matemáticos, construtores de instrumentos naúticos, cartógrafos e navagadores. Contudo, para a historiografia recente, a Escola de Sagres, não passou de uma lenda, pois eles explicitam que Portugal já dominava as técnicas de navegação a muito tempo, e foram somente aprimorando-as através dos anos.
Segundo o historiador António Sérgio, comandada pelo infante D. Henrique, que recebeu o título de "O Navegador", a Escola de Sagres tornou-se o mais avançado centro de estudos de navegação da época. Atingir o Oriente e apossar-se do seu comércio foi, desde o início, o objetivo básico de D. Henrique e seus assessores de Sagres.
Vamos registrar agora as principais etapas da expansão marítima portuguesa:

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1415: Conquista da cidade de Ceuta.
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1419: Expedição portuguesa chega à Ilha da Madeira.
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1431: Reconhecimento do Arquipélago dos Açores.
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1434: Gil Eanes ultrapassa o Cabo Bojador.
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1443: Nuno Tristão chega à Ilha de Arguim.
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1445: Nuno Tristão atinge a Senegâmbia e Dinis Dias ultrapassa a foz do Senegal.

Em 1453, um importante acontecimento vem incentivar ainda mais o desenvolvimento da expansão marítima portuguesa. Trata-se da conquista de Constantinopla, importante porto comercial, pelos turcos comandados pelo sultão Maomé II. Constantinopla, cujo nome mudou para Istambul, torna-se a capital do império turco. Com isso, o fácil comércio de especiarias realizado pelo Mar Mediterrâneo ficou bastante prejudicado, pois os turcos, avançando até Alexandria, bloqueiam o quanto podem as atividades dos comerciantes europeus. Mais do que nunca, torna-se imperioso descobrir um novo caminho para atingir os povos fornecedores do Oriente e romper o bloqueio do fluxo de mercadorias, criado pelos turcos. Portador de larga experiência marítima, Portugal era o único país da Europa que reunia todas as condições para assumir a dianteira dos planos que visavam a descoberta de um novo caminho para as Índias (o Oriente).

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1482: Diogo Cão descobre o Zaire.
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1488: Bartolomeu Dias atinge o cabo sul-africano, enfrentando neste local uma perigosa tempestade e, por essa razão, denomina-o Cabo das Tormentas. Com esse grandioso evento, abre-se a possibilidade de se atingir as Índias. Daí porque o rei de Portugal, D. João, resolveu alterar o nome do cabo para outro mais otimista: Cabo da Boa Esperança.
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1498: Vasco da Gama, comandando uma frota de quatro navios (S. Gabriel, S. Rafael, Bérrio e uma barca de mantimentos) atinge a cidade de Calicute, nas Índias, o grande objetivo com que, há um século, sonhava Portugal.
* 1499 -viagem de Pedro Álvares Cabral ao Brasil.

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